quinta-feira, 18 de março de 2010

BATE PAPO SOBRE O HINDUÍSMO

Analisando o termo Hinduísmo, de notar que em se tratando do termo, é uma criação européia, por sua vez, inglesa em meados do século XXI.

Assim, entende-se que o Ocidente de todas as formas vem ocidentalizar o Oriente, especificamente o fenômeno religioso Hindu.

Vale ressaltar que o Hinduísmo vai além da classificação religiosa, pois ultrapassa os limites da religião propriamente dita, isto é, da tentativa de institucionalizar ou plastificar o chamado Sagrado.

Lendo alguns historiadores do Hinduísmo, compreende-se que Hinduísmo é Sanâtana-Dharma, significando uma norma perene de existência. É uma tradição que é o próprio fundamento das coisas e não tem, portanto, um fundador, trata-se de um movimento milenar e pluralista.

Percebe-se que o Hinduísmo vai além de qualquer institucionalização, dogmatismo e preservação fundamentalista, pois trata-se de normas para a vida, ou melhor, para a existência humana.

Desse modo, ante o exposto, entende-se que o Hinduísmo é constituído de práticas milenares moldadas pela ortoplaxia e ao longo dos tempos adaptadas às novas situações histórico-temporais.

Alguns historiadores afirmam que esta religião está inextricavelmente ligada à cultura e sincretismo nômade e ariano às margens do rio Indo, por volta de 1.500 (anterior a nossa era). O Hinduísmo está imbricado dos fatores socioculturais, uma vez que é cultura herdada e, por sua vez, relacionada as classes e castas.

Interessante notar que o Hinduísmo está atrelado à cultura e, por sua vez, à realidade social na Índia, o que acarreta numa série de interrogações acerca da sua função ética frente à realidade indiana.

Para alguns historiadores das religiões, o Hinduísmo que se conhece hoje, continua desde os seus primórdios sendo repleto de sincretismos.

Percebe-se que o Hinduísmo ou Vedismo, a religião do Veda, constitui-se a mais antiga expressão religiosa e cultural das que hoje existem, possivelmente com mais de 10 milênios de história, com aproximadamente 1050 milhões de seguidores, sendo 96% dos quais no subcontinente indiano.

Vale lembrar que dentro da tradição védica, surgem uma infinidade de deuses e semi-deuses que são adorados por diferentes correntes, por isso, torna-se impossível enxergar o Hinduísmo com uma única religião.

Ante o exposto, percebe-se o vasto campo religioso que envolve a manifestação hindu não só no subcontinente indiano, mas em todo o mundo. Entende-se que o henoteísmo é o centro da Religião hindu, permeada por inúmeras tradições, principalmente orais.

No que diz respeito à iconografia hindu, a mesma traz em seu arcabouço, uma carga simbólica muito grande para o aldeão indiano. Os ícones hinduístas constituem-se uma simbologia viva em estreita relação com a arte.

Assim, entende-se que arte e religião caminham juntas, uma vez que a arquitetura hindu são representações vivas dos deuses. É como se visse o próprio espírito nelas, tais símbolos servem para trazer um entendimento das diversas práticas religiosas mundo afora.

Os símbolos religiosos presentes em todas as religiões do mundo, são os meios de comunicação com o humano, são divindades, representações de intensa espiritualidade presentes na vida das pessoas, ultrapassando os limites da mente humana.

Vale ressaltar que a simbologia hindu ainda hoje permanece algo vasto, complexo e variado, constituindo-se assim em uma preservação da tradição religiosa e vivência da religiosidade.

No que concerne aos textos sagrados, percebe-se o corpus Sruti (revelação; o que é ouvido da divindade); Sama-veda, o Yajur-veda e o Atharva-veda (narram o período da fusão cultural). Cada texto contém ensinamentos, admoestações e fórmulas mágicas para os seguidores.

Percebe-se que o Hinduísmo constrói seu corpo escriturístico dentro de um contexto histórico-cultural, travado por batalhas contra os invasores das terras em volta do rio Indo (1000. antes da nossa era); em meio a fusões culturais de povos oriundos de outras terras do oriente e ensinamentos seguidos de forma mágica transmitidos oralmente e depois compilados em forma escrita de geração em geração.

Os textos sagrados do Hinduísmo constituem-se uma imensa literatura elaborada nas margens do rio Indo e estão divididos em duas partes: a primeira trata-se das invasões territoriais e a segunda, depois dos vedas, as inovações religiosas, provocadas pelas profundas transformações ocorridas. (800 antes da nossa era).

Inúmeras vertentes são oriundas desse corpus de textos, entre as camadas populares surge o Xivaísmo e o Vixnuísmo e, por sua vez, devido às grandes transformações levou à formulação dos Upanixades, que são, a rigor, comentários aos Vedas. Além do corpus Sruti, conforme citado acima, alguns historiadores dizem existir também outro corpo de textos sagrados, trata-se do corpus Smriti (tradição confiada à memória) com diversos conjuntos, compilados já na nossa era ou podendo ser reportados até o ano 300 (antes da nossa era. Trata-se de revelações, epopéias e ensinamentos, escritos populares, teológicos e filosóficos.

Destaca-se também o Bhagavad-Gita que reúne e ordena os caminhos de salvação, princípios norteadores da vida religiosa indiana. Trata-se de um texto de valor permanente para toda humanidade, cheios de ensinamentos para a disciplina pessoal e alcance da felicidade.

Mediante o exposto, de notar que o corpo escriturístico do Hinduísmo continua ao longo da história, atual e relevante para a construção de um Mundo mais humano.

Conforme abordado, o Hinduísmo é uma religião totalmente henoteísta, politeísta e moldada pela ortoplaxia. Embora, existam milhões de deuses, há certos deuses que desempenham um lugar fulcral, o absoluto, manifestado em diversas somas.

“Três dos principais deuses estão incluídos no que os hindus chamam de trimurti, uma tríade de deuses: Brahmã, Visnu e Siva. Brahmã,(Criador), Visnu (Conservador) e Siva (Renovandor/ final de ciclo.

No que diz respeito aos centros hindus, entende-se que os principais locais centrais do Hinduísmo são: os Himalais (morada dos deuses), o Ganges (que vai célere) e Benares (cidade dos cais). Todos esses locais possuem uma dimensão religiosa muito grande estritamente ligado a belezas naturais e as mitologias hindus.

Cada local tem a sua característica própria envolto de seus rituais sagrados onde aglomera multidões de fieis. Vale ressaltar que o Hinduísmo é a religião majoritária na Índia.

Sua diversidade está presente na Ilha Maurícia, no Nepal, e ainda na ilha indonésia de Bali, que vai do Bangladesh à Suriname. Conforme abordado acima, existem várias ramificações dentro do fenômeno hindu como os Vedas que por sua vez está distribuído em seis escolas de pensamento voltadas para a perfeição e realização humana.

Desse modo, compreende-se que o Hinduísmo parece está voltado para uma prática puramente interior, para o conhecimento do próprio ser, portanto, uma prática e devoção pessoais, totalmente introspectiva. O Bhagavad-Gita, por exemplo, cumpre-se, porém, na harmonia da sociedade na busca pela salvação.

Em suma, os valores morais, culturais e éticos sempre foram o esteio da sociedade indiana, pois o Hinduísmo possui profundas raízes históricas, culturais e, mais precisamente, religiosas.

Assim, entendemos que a prática hindu está voltada para o bem em geral, para a vida em todas as suas formas e dimensões.

Adriano Trajano
Pastor da Igreja Batista em Chã Preta/AL


Fonte: http://www.pastoradrianotrajano.blogspot.com/

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