sábado, 2 de janeiro de 2010

Desejos Proíbidos

Cansei de ouvir desde a infância: “... isso não pode...! Isso não pode...!” Chega de tanta hipocrisia! Alguém já disse um dia desses por aí: “...Tudo o que é bom, é proibido...” Já pensou nisso?
Aquilo que é mais gostoso, tentador, atraente, sedutor, perigoso, cobiçado e “pecaminoso”, sempre é proibido, vetado ou escondido.

Não pretendo escrever acerca do meu espinho na carne, à semelhança do apóstolo Paulo, mas falar das flechas que perpassam meu corpo mortal.

As flechas vêm ao meu encontro, faço o que não quero fazer sempre, enquanto mais reluto, mas elas se aproximam de mim, apoderam-me onerosamente.

As flechas vêm de todo lugar e direção, perfuram profundamente, fazem sangrar, chorar de dor, chorar circensemente.

Estou cansado de verdade, estou com a paciência esgotada de tanto ser podado. Pareço mais com uma árvore, cortado a todo o momento, isso sem direito a adubos e muito menos a água na raiz.

A morbidez supera a profilaxia, o corpo já não mais responde aos seus instintos animais, irracionais, quiçá, marcianos.

Aquilo que é bom demais, sempre nos é proibido, digo, afastado de nós, tirado a pulso e, em alguns casos, com bastante violência; resultando em sofrimento físico e mental e em profunda depressão.

Interessante notar que tudo aquilo que a gente deseja ardentemente, parece-nos atrair mais e mais, causando arrepios e calafrios, nos deixando estupefatos.

O desejoso nos atrai, puxando para cima de... Movendo-nos em direção de... Conduzindo-nos ao caminho da placa: É Proibido!

Parece que a proibição impulsiona-nos ao caminho tido como impossível, amoral, antiético, desvirtuoso, estranho, anormal e bastante perigoso.

Mas, fico a questionar o seguinte: Por que é que as coisas boas e prazerosas da vida, são proibidas sempre? É proibido por que mesmo? Será que tudo aquilo que é diferente é proibido? Amar diferente, pensar diferente, agir diferente, sonhar diferente, andar diferente, falar diferente, vestir-se diferente e viver diferente, por que será mesmo?

Ah! Alguém já disse um dia desses por aí que o diferente causa medo, calafrios, uma vez que o “outro” é sempre o inferno da nossa insatisfação pessoal.

Acredito que somos insatisfeitos conosco mesmos, pois se levarmos em conta nossos desejos proibidos e vazios interiores, chegaremos a uma conclusão de que somos, de fato, seres hipócritas, sepulcros caiados, poços de crise ou crises em pessoa.

Todo labor de um vivalma tem um alto preço; mas por que temos que pagar um alto preço por aquilo que desejamos tanto e que ao mesmo tempo é afastado de nós, arrancado a força, sem explicações?

O preço oprime, faz-nos esgotar, a reconhecer nossas limitações e flagelo mental, somos flagelados mentalmente, somos animais alheios ao seu habitat.

Eu só queria fazer amor ímpar com a vida, gozar a vida, contemplá-la, fotografá-la de todos os ângulos em posições possíveis e impossíveis.

Gostaria de viver para ti vida minha, só minha, do meu peito, do meu suor que corre por todo o meu corpo, às vezes frio e às vezes bem quente, quentura da paixão glutona.

Para quê tanta relutância? Para quê tanta tristeza interior? Para quê tanta lágrimas correndo dos olhos e do coração? Para quê tanta angústia corroendo as artérias do coração? Para quê tantas auto-batalhas?

Para quê vida minha? Vida que te quero, vida proibida, boneca dos meus sonhos, desejos ardentemente proibidos.

A montanha parece ser extremamente íngreme, talvez o leão não alcance o seu topo. Mas como o leão é rei, forte e corajoso, suas forças lhe impulsionarão ao encanto e canto da linda leoa, à sua espera no topo da montanha, pois nessa batalha, serei exaltado pelo cosmos.

Os desejos proibidos parecem me consumir aos poucos, lentamente de maneira letárgica.

Estou com sono, com muito sono...

Não me deixas dormir porcelana minha, quero estar acordado, com olhos bem abertos para poder te desejar mais e mais, te endeusar, te adorar e cair aos teus pés vida minha, vida proibida.

Continuo a te desejar porcelanamente, até o tempo decidir, até o tempo mostrar outros horizontes.

Pr. Adriano Trajano

Humano que te deseja vida minha!


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