terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SOLIDÃO NOSSA

Já soava o refrão da belíssima canção alceuvalenciana: “A solidão é fera, a solidão devora, é amiga das horas prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lentos, causando um descompasso no meu coração”.

Quem nunca se sentiu só, imergido em uma ilha de sonhos e encantos paradisíacos? Quem nunca ouviu soar baixinho aos ouvidos o som harmonioso do oásis de pássaros?
 Quem nunca ouviu o canto porcelânico da pessoa desejada no jardim florido da vida, vida que te quero?

À semelhança de Jesus, às vezes nos sentimos no nosso Getsêmani, suando sangue, gemendo as dores de: “... passa de mim esse cálice...”

Às vezes, nós humanos, nos sentimos em pleno alto mar, sozinhos, contemplando a imensidão azul; às vezes, nós humanos, nos sentimos em pleno bosque, sozinhos, debruçando-se sobre as árvores, acompanhados do cantar lúdico dos pássaros; apenas às vezes, nem sempre a solidão devora com tanta precisão.

Consumação, quiçá, de nós mesmos (as), dos nossos instintos animalescos, da nossa alma lúdica, do nosso pensar mesquinho e de interpretações precipitadas, talvez, infantis, emotivas, escancaradas, mas também sisudas, racionais.
Os descompassos parecem me seguir a todo instante, caminham, cansam, saciam-se, cobram ostensivamente, têm piedade e em muitos casos, não perdoam minha mera consulência, frágil, ignóbil.

O tempo parece parar no tempo, conduzindo-nos a redundância, aos neologismos, as repetições e as condolências a nós mesmos (as), pobres mortais.

Somos devorados a todo custo, tudo corrobora para tal efeito devastador do eu imperfeito, do eu solitário, do eu imaginário, do eu devorado, vazio e espacial.

O paraíso ermo nos abraça, os relógios já não mais respondem aos pulsos que ainda morbidamente pulsam; sinto pulsar; sinto o sangue nas veias borbulhando impetuosamente, afinal, a consumação constitui-se atração viva em direção de...

A vida é fera, mas também amiga, parente, colorida, incolor, enfim, cheia de contrastes e complementaridades afins.

Não me deixas ser consumido vida minha, vida que te quero, porcelana singular
Barbudamente não deixarei a solidão me domar.
Adriano Trajano
Humano de barba.

Fonte: http://www.pastoradrianotrajano.blogspot.com/

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