sábado, 21 de novembro de 2009

OS PRÉ-CONCEITOS DO “NEGRO” “BRANCO”

A lógica está em não dar importância á melanina racial, mas aos sentimentos, do sentir, do ser e do estar negro na história da humanidade.
Não acredita-se na existência de “negro” ou “branco” no Brasil, até porque compreende-se que o povo brasileiro é miscigenado por natureza, ou seja, um povo de almas em uma alma só.

Torna-se bastante cansativo discutir preconceito, discriminação e, acima de tudo, pintar cores, dá forma e tom ás questões de pele.


Crê-se que a discussão vai além dos trâmites documentais, dos movimentos diversos, do discurso caloroso e emotivo, dos víeis processuais e de alguns atos de vandalismos. Vai muito além, ultrapassa todos esses pressupostos históricos temporais.

A criação de leis, de novas e difíceis nomenclaturas forenses, das mais variadas tentativas de inserção do ser negro nos currículos escolares, do mostrar-se ser pelo que lhe é peculiar por natureza, da força ao invés do diálogo em alguns casos e do estigma histórico usado e abusado pelos considerados “brancos”, não traz em seu arcabouço ideológico tanta importância assim.

Interessante notar que na maioria das vezes o pré-julgamento reencarnado e vigorado das forças dos ancestrais antepassados, prepondera sobremaneira no dito “negro” em relação ao outro ser dito “branco”.

O foco discursivo não está no fato de ser “branco” ou “negro” á semelhança de um quadro pintado com suas cores julgadas reais, mas endeusar a miscigenação, aglutinar os seres como criação em pleno estado de evolução.

O enfado mental ultrapassa as margens dos livros didáticos, extrapola as laudas estatutárias e regimentais das ideologias emplacadas, regadas por um bom sedativo de marketing antiescravagista.

A residência da depressão neurológica parte especificamente do querer ser e não do ser em questão. Torna-se bastante preocupante querer ser, ora, querer é desejar algo e, mais utopicamente, sonhar com o irreal. Discute-se igualdade de raças, perdão! Falar em raça, negro ou preto, acarreta em processo, isto é o que diz a majestosa e bem teorizada lei.

Discute-se o fenômeno racial como matéria obrigatória nos guetos escolares na terra da Vera Cruz; discute-se a igualdade de salários; discute-se a comédia romântica das cotas; discute-se também leis mais severas contra o preconceito, trocando em miúdos, uma gama de discussões carismáticas e acirradas transitam em todas as esferas da sociedade pentacampeã em particular.

Ressalta-se nesse contexto uma inversão que diria-se atípica dos preâmbulos da “negritude”, pois passa a ver no “Outro”, ou melhor, no “branco”, uma ameaça á cultura, um poço de preconceitos e discriminação, adversários ferrenhos na luta em busca da centralidade histórica, inimigo histórico-reencarnado e senhor do passado e do presente. Compreende-se que trata-se de pessimismo e, por sua vez, identidade mal resolvida tal atitudes.

O ápice constitui-se inversão dos fatos, pois acredita-se que a inerência da igualdade na criação supera as limitações ideológicas e imposições de pigmentação sobre outra.

O pretexto melanino, pelo simples fato de refutar a cor branca, não exime o labor do preconceito, pelo contrário, fundem-se as declaradas “diferenças de cor”.

A miscigenação, inerência de igualdade e evolução da espécie humana, o conjunto de elementos químicos com suas vitalidades e a graça da transcendência do humano, fazem dissipar o olhar ofuscado e predador do dito “negro” com relação ao dito “branco” e vice e versa.

É preocupante a inversão da moeda racista pelo simples fato de querer ser e não ser propriamente dito.

Catastrófico torna-se o labor do querer ser cor, pois a desigualdade histórica prova que a cor é apenas um dos elementos resultantes da celeuma racial.

Em um país extremamente mestiço, eclético, místico, multiforme, em suma, miscigenado, querer impor uma convincente homilia em preto ou branco, é simplesmente afagar um ser em detrimento do próprio ser em constante evolução.

Adriano Trajano

Pastor da Igreja Batista em Chã Preta/AL e, acima de tudo, MISCIGENADO.


Fonte: http://www.pastoradrianotrajano.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário, pois é de suma importancia a sua opinião. Continue conosco. Deus te abençoe.

Receba os artigos deste blog por email se cadastrando gratuitamente

Digite seu endereço de e-mail:

Delivered by FeedBurner

25 anos da PIBBANS II